4 de mai. de 2011

Novo secretário de obras de Teresópolis já teve seu nome envolvido em corrupção em Maricá

Segundo o jornal Tribuna de Maricá, Arthur Billé de Jesus, foi acusado de corrupção naquele município leia a matéria a seguir:


Fornecimento de quentinhas suspeito de irregularidades

 A Tribuna

 Antônio Figueiredo

Encerrado o primeiro semestre do ano, a administração Washington Quaquá, em Maricá, já é alvo de críticas de parte da população e de fortes indícios de irregularidades em contratos entre a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos e empresas responsáveis por fornecimento de refeições ("quentinhas") e serviços de emergência. Tento à frente o ex-funcionário da Prefeitura de Niterói, Arthur Billé de Jesus, homem de confiança do ex-prefeito niteroiense e do ex-presidente da Emusa, Godofredo Pinto e Filinto Branco (todos do PT), respectivamente, a pasta é suspeita de utilizar artifícios da "Lei de Licitações (Lei nº 8666/93)", para contratar através de Carta Convite.
O prefeito, que na campanha disse que faria uma gestão voltada para os mais pobres e que não permitiria a corrupção em seu governo, demitiu mais de 30% do pessoal que ele mesmo nomeou para postos de confiança e de gestões passadas.
Por isso, alguns serviços públicos começam a apresentar problemas. "Trabalhávamos com três subsecretários, mas agora só há uma pessoa para fazer todo o serviço dos outros dois", afirma um servidor do quadro efetivo, que pediu para não ser identificado.
Por causa de cortes para adequar a folha de pagamento à realidade da arrecadação do município, alguns setores da Prefeitura trabalham até com menos 60% do pessoal. Ainda há informação de atraso de pagamento.

Sobre este ponto, através da assessoria de imprensa, Billé disse que a culpa é da administração anterior. "O município está vivendo uma crise por conta da dívida de R$ 17 milhões do Governo passado."
ARTIFÍCIO - No início do governo, a Prefeitura contratou a Engebio Engenharia do Meio Ambiente Ltda., para realizar a operação tapa buraco na Estrada de Itaipuaçu, no valor de R$ 149.512,41.

Além de os moradores reclamarem do serviço, que segundo eles precisa ser refeito, há suspeitas de que o custo não ultrapassou os R$ 150 mil para evitar a licitação. A contratação foi através de Carta Convite.
Já por meio de Pregão Presencial, em maio passado a Engebio foi contratada para nova etapa do programa de obras de tapa buraco, que ainda incluiu a instalação de rede de águas pluviais.

Por mês, a Prefeitura pagará cerca de R$ 200 mil, totalizando R$ 2.390.436,45 em 12 meses. Algumas pessoas ouvidas, quinta-feira, por A TRIBUNA, acham o valor muito alto.
A comerciária Édna Santos, 28 anos, disse estar desapontada com a operação denominada tapa buraco em frente à loja que trabalha, no Flamengo, em Maricá.
Há cerca de dois meses, operários instalaram três caixas para a coleta de águas pluviais, e recapearam o asfalto da Avenida Roberto Silveira.

No entanto, uma das caixa afundou e os buracos voltaram.
"Não votei neste governo, mas tinha esperança de que ele pudesse ser melhor que os outros ou só um pouco diferente.
 Porém, acho que todos de Maricá foram iludidos", afirma. Quando chove é a lama que toma conta do lugar, mas a comerciária diz que é melhor que a poeira. "Com sol, vem a poeira.
Tenho que limpar tudo. Melhor é ficar na lama", resigna-se.

Empresa teria prejuízo no fim do contrato

O Secretário de Obras e Serviços Públicos de Maricá, Arthur Billé de Jesus, disse, sexta-feira, que a Prefeitura paga R$ 6,67 por cada refeição ("quentinha") fornecida ao município pela Alimentar Prestadora de Serviço de Alimentação e Comércio.

No prazo de seis mês, segundo Billé, "são 7.920 quentinhas, no valor total de R$ 51.480,00." Sendo assim, a Alimentar terá um prejuízo de R$ 1.346,40 ao fim do contrato.
Billé disse ainda que "a referida empresa entrega as quentinhas em dois pontos determinados pela Secretaria de Obras, que repassa aos trabalhadores nos lugares mais distantes da cidade."

Isto é, não haveria custo de transporte incluído na refeição.
Na quinta-feira, a reportagem de A TRIBUNA levantou o valor de um "quentinha" na cidade. Os preços são variados, sendo a mais em conta R$ 4,50; e mais cara R$ 6,50.
As quentinhas são servidas apenas aos operários que trabalham na rua.

MARMITA X ‘QUENTINHA’ - Um funcionário da Secretaria, sem saber que estava falando com a imprensa, disse que só havia, quinta-feira, pessoal da Prefeitura trabalhando no Centro, "realizando capina e faxina".
No entanto, ninguém foi encontrado. No Centro, na hora do almoço um grupo de funcionários que trabalha para a Delta, realizando a limpeza das vias e praças, informou que eles não têm direito a "quentinha". "Trazemos a comida de casa", disse uma funcionária, que não quis ser identificada.

RESPOSTAS - Sobre o suposto atraso no pagamento do salário dos funcionários, o secretário municipal de Fazenda, Wellington Ribeiro da Silva, nega a informação. Também por meio da assessoria de imprensa, ele diz que "o que houve foi uma separação no pagamento entre estatutários e comissionados".
Sobre a situação da Avenida Roberto Silveira, no Flamengo, Billé disse que "estamos neste momento recuperando as caixas e fazendo o recapeamento com massa fria. Após isso, faremos a dragagem, começando pela Rodovia RJ-106, entrando pela Avenida (Roberto Silveira) para acabar com os problemas de alagamento".

"Não há sequer combustível"

No final de maio, o prefeito Washington Quaquá demitiu o secretário de Transportes, Fernando Ricardo Ferreira.

O petista, que residiu em Niterói, saiu atirando: "Não há sequer combustível para realizarmos o trabalho da pasta".
No início de julho, começaram as exonerações de pessoas em cargos comissionados.
 O motivo, segundo o prefeito, foi que as contas públicas estavam fechando no "vermelho", com um déficit de mais de R$ 2 milhões.

Ele também reduziu os salários de integrantes de cargos de chefia.
Apesar da suposta falta de recursos, Quaquá criou uma super secretaria, que ficou no comando da primeira-dama, Rosângela Zeidan (Direitos Humanos e Cidadania). Com isso, ele, esvaziou a pasta da Assistência Social, Cidadania e Participação Popular.

Na cidade, dizem que Rosângela será candidata à uma vaga na Assembléia Legislativo do Rio (Alerj), no ano que vem.

Nesta sexta-feira, o vice-prefeito, Uilton Vianna, não quis comentar a situação da cidade. Mesma posição teve o ex-secretário de Fazenda, Sérgio da Silva Araújo. A TRIBUNA não localizou Ricardo Ferreira.
Também deverão concorrer nas eleições 2010 Gegê Galinho (PSDB- secretário de Trabalho) e Alexsander Santos (secretário de Petróleo). Gegê e Santos deverão disputar, respectivamente, as eleições à Alerj e à Câmara de Deputados.
Por isso, estariam causando ciúmes na primeira-dama.