31 de jan. de 2012

Nova Friburgo volta a florescer com apoio do Rio Rural

Conhecida nacionalmente como a capital da moda íntima, Nova Friburgo se destaca também na floricultura. Atualmente, o município concentra quase a metade de toda a área cultivada na Região Serrana, a maior produtora de flores do estado, com cerca de 500 floricultores. Segundo o IBGE, dos 6 milhões de maços (dúzias) de flores produzidas anualmente na região, os 220 floricultores de Nova Friburgo produzem 2,5 milhões por ano. O município se destaca na produção de rosas e crisântemos, além de lírios, gérberas, astromélias, cravos, palmas, entre outros tipos.

Assim como nas demais atividades agrícolas, a floricultura também sentiu os efeitos da catástrofe climática de janeiro de 2011. Porém, quem visita hoje as principais áreas de floricultura em Friburgo - as localidades de Vargem Alta, Colonial 61 e Stucky - encontra um cenário bem melhor do que há um ano.

Graças aos R$ 5 milhões liberados diretamente para os agricultores familiares pelo Rio Rural Emergencial, 694 projetos de reconstrução foram executados em todo o município, sendo 71 para a microbacia Vargem Alta. Com isso, foi possível minimizar significativamente os prejuízos dos produtores friburguenses e permitir que comunidades inteiras superassem os efeitos da tragédia.

No segmento da floricultura, o temporal de janeiro de 2011 provocou prejuízos por conta da dificuldade de escoamento da produção e da falta de energia elétrica por período prolongado, que impossibilitou a conservação das flores em câmaras frias. 

Mesmo diante desse quadro, muita gente não desanimou. É o caso do floricultor Eder Afrânio Schumacker, de Vargem Alta, que vive na localidade com a esposa e filhos há oito anos e, desde 2009, investe no plantio de cinco variedades de flor. Seu prejuízo foi acima de R$ 10 mil por conta do deslizamento de terras e avalanche de pedras. Perdeu material de irrigação, duas estufas e também a produção em campo aberto.

O produtor recebeu o crédito emergencial do Pronaf, no valor de R$ 2 mil, e posteriormente teve apoio financeiro do Rio Rural, no valor de R$ 11 mil, não reembolsáveis, para retomar sua produção. Ele reconstruiu as estufas, adquiriu insumos para plantio e novos equipamentos de irrigação. Extensionistas da Emater-Rio prestaram assistência técnica para a reconstrução e também para a implantação do sistema de fertirrigação em sua propriedade.

Eder conta que somente 90 dias após o temporal conseguiu voltar a colher. Satisfeito, diz que atualmente produz mais do que na época anterior à tragédia. Semanalmente, são cerca de 300 maços de chuva de prata, por exemplo. Sua meta é aumentar para 500 ainda este ano. E, com o objetivo de reflorestar a área degradada pela chuva, Eder já iniciou o plantio de 3 mil mudas de eucalipto.

Para o técnico executor do Rio Rural na microbacia Vargem Alta, Ramon de Souza Castro, o Rio Rural foi fundamental para recuperação da capacidade produtiva de Nova Friburgo. “O programa estimula a preservação ambiental, aliando novas tecnologias de plantio e conservação”, resumiu.